quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Lesão do Bíceps Distal

Lesão do Bíceps na altura do cotovelo trata-se de uma lesão de urgência tipicamente cirúrgica principalmente em atletas, trabalhadores braçais e pacientes de alta demanda funcional.
Os resultados cirúrgicos para a lesão do bíceps distal são excelentes com a dupla minivia de Mayo em casos com até 3 semanas. Com períodos maiores a cirurgia é um pouco mais complicada.
É uma lesão de mecanismo bem definido de aplicação de força de cerca de 400 Newtons( aproximadamente 40kgf) contra o cotovelo em flexão de cerca de 90º, posição de maior torque do bíceps.
A idade mais típica é a 4a ou 5a décadas de vida.
Nessa lesão ocorre desinserção do tendão do músculo bíceps(lesão do bíceps) de seu ponto de fixação na tuberosidade biceptal no rádio. Alguns atletas de lutas de contato (Muy-thay, Vale-tudo ou Karate Kyokushin) podem apresentar uma lesão diferente mais alta no tendão, mais rara e de tratamento mais complexo. Trata-se de uma lesão tipicamente cirúrgica principalmente em atletas, trabalhadores braçais e pacientes de alta demanda funcional.
A cirurgia pode ser deixada de lado em idosos e pessoas de baixa demanda funcional que aceitem a deformidade estética (sinal de Popeye).
O tendão sobe em direção cranial conferindo um aspecto estético em geral desagradável. As perdas funcionais são de cerca de 40 a 60% de perda de força para supinação e 20 a 30% de perda para flexão.
Agudamente dor e equimose(roxo) local podem aparecer, mas esses sinais e sintomas regridem rapidamente. As lesões do bíceps distal são consideradas urgências, devendo ser operadas o mais rápido possível devido à possível retração muscular. Prazos maiores que 15 dias de lesão podem requerer utilização de enxerto de tendão.
Existem 3 principais abordagens cirúrgicas:
Via anterior: é a técnica mais antiga e demanda grandes cicatrizes além da maior possibilidade de lesão nervosa.
Dupla via: apresenta acesso cirúrgico amplo e sua principal complicação é a sinostose rádio-ulnar proximal.
Mini dupla via: é nossa técnica de escolha por ser esteticamente excelente, apresentar mais segurança que a via anterior e com a mobilização PO adequada, apresenta baixíssimos índices de complicação. Em nossa experiência nenhuma sinostose rádio-ulnar foi detectada. Possivelmente esse baixo índice de complicações ocorre devido a nosso protocolo próprio de reabilitação desenvolvido pela fisioterapeuta Jesely e ao forte sistema de fixação criado pelo grupo da Mayo Clinic e seguido rigorosamente por nós.
Após 1 semana de gesso, em geral o paciente inicia as atividades passivas diárias apenas utilizando uma tipóia simples. Na segunda semana iniciam os exercícios com thera-band. Particularmente cremos que a fixação com âncora que alguns autores apresentaram é inferior aos pontos transósseos indicados pela Mayo Clinic.
Em ensaios com cadáver feitos por Ahmed em Nova York para fixação do ligamento colateral medial do cotovelo, o parafuso de interfência apresentou maior fixação, seguido pelo ponto transósseo e após a âncora como a opção de pior fixação. Cremos que no bíceps distal ocorra da mesma forma. No caso do bíceps, a pesar de haver uma fixação inicial mais forte com o parafuso de interferência, cremos que a adesão do tendão esteja mais comprometida pela menor área de contato biológico, devido à própria presença do parafuso.
A cicatrização é rápida e os métodos de “endobotton” ou o transósseo de Mayo, por respeitarem melhor os aspectos biológicos, parecem ser os de melhor indicação na minha opinião. O índice de satisfação tem sido grande e não tivemos ainda perdas no pós-operatório. Gostaria de salientar que se trata de uma lesão de urgência e que no tratamento da lesão crônica, ao contrário da que ocorre em curto prazo, podem ser esperadas dismetrias musculares estéticas e déficit de supinação no pós-operatório.



Cirurgia de Ombro e Cotovelo / Microcirurgia
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